A recente nomeação de Alanna Galdino, filha do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) tem sido alvo de críticas e questionamentos. O processo, que contou com o apoio de 90% dos deputados estaduais, levanta dúvidas sobre a moralidade e a imparcialidade da decisão.
A principal preocupação levantada por opositores é a possibilidade de conflito de interesses, uma vez que Alanna Galdino poderá julgar as contas do próprio pai e de parlamentares que votaram em sua nomeação. O questionamento reforça a tese de que nem sempre o que é legal é moral.
O Ministério Público de Contas (MPC) entrou com uma representação pedindo a suspensão da nomeação, alegando que o processo ocorreu sem a tradicional sabatina e que pode caracterizar nepotismo indireto. Alanna Galdino é bacharel em Direito, mas não possui registro na OAB, e atualmente cursa Medicina, o que levanta questionamentos sobre sua experiência para ocupar o cargo.
O caso também reacendeu debates sobre a coerência entre discurso e prática na política paraibana. O coronel Sobreira, por exemplo, expressou sua insatisfação com a nomeação, citando a famosa frase de Abraham Lincoln: “Governo do povo, para o povo e pelo povo”, em um alerta sobre a distância entre os princípios democráticos e as decisões tomadas pela Assembleia Legislativa.
A população e entidades de controle seguem acompanhando o desdobramento do caso, que pode ter repercussões importantes para a política estadual e para a credibilidade das instituições públicas.