A contratação de artistas de outros estados e de estilos musicais distintos da cultura junina foi criticada pelo vereador Coronel Sobreira (Novo), em pronunciamento nesta quinta-feira (6), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). “Precisamos valorizar a cultura da nossa terra”, enfatizou.
Sobreira lembrou que, diante da polêmica que costuma envolver as atrações musicais e cachês pagos para as festividades juninas, apresentou à Câmara, em 2023, um Projeto de Lei Ordinária (PLO) para que o Poder Executivo não ultrapassasse o valor de R$ 200 mil pagos por essas apresentações. “São cachês que são pagos a artistas de outras regiões do Brasil e levam muito dinheiro público da região Nordeste. Precisamos respeitar outras necessidades que temos em João Pessoa. O artista que não quiser, que se apresente em outro local”, argumentou. “Infelizmente, esse projeto não passou, e nós respeitamos. O espírito do PLO era o respeito ao erário público, além de não extrapolar valores exorbitantes para artistas que nem da região são”, lamentou.
Os parlamentares Milanez Neto (MDB), Marcos Henriques (PT), Marmuthe Cavalcanti (Republicanos) e Mikika Leitão (Republicanos) se acostaram ao pronunciamento.
Milanez comentou: “Convido todos a raciocinar sobre o contrassenso que é o país. Para contratar uma banda, não tenho limite, não tem o menor critério, não se pensa na realidade do município. Mas, para fazer uma compra emergencial de hospital existe limite de gastos”.
Marcos Henriques reforçou: “A valorização desses profissionais precisa ser feita. Parte das minhas emendas impositivas são colocadas para a valorização e formação do sanfoneiro. Nas praças, nos sábados à noite, sempre tem uma atividade nossa valorizando o cordel, o forró de raiz, a cantoria, com cachê para o trio pé de serra de R$ 3 mil, enquanto que em Campina Grande o cachê é de R$ 800. Isso é algo pelo que precisamos levantar a voz”.
Em seguida, o vereador Marmuthe Cavalcanti ressaltou a importância de uma lei municipal de sua autoria: “A lei municipal de 2022 dispõe sobre a priorização de ritmos regionais tipicamente nordestinos nas apresentações culturais juninas que recebam recursos ou incentivos públicos. Hoje, de acordo com a lei, a Prefeitura não pode contratar bandas que não têm nada a ver com os festejos juninos. Todas as apresentações culturais juninas que recebam recursos ou incentivos públicos devem contratar bandas ou apresentações artísticas ligadas à cultura nordestina”.
Por fim, Mikika enfatizou: “O nosso São João é pé de serra. A gente tem que dar valor aos artistas da casa. Nosso São João é e vai ser o forró pé de serra dos nossos artistas”.