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Vereadores abordam crime organizado durante sessão desta quinta-feira

Os vereadores Marcos Henriques (PT), Coronel Sobreira (Novo) e Carlão (PL) abordaram atuação do crime organizado na Capital, durante pronunciamentos na sessão desta quinta-feira (9), na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Eles citaram a operação Mandare, deflagrada na última sexta-feira (3), que apura a relação entre grupo criminoso e órgãos públicos de João Pessoa.

“Fiquei preocupado com a operação que a Polícia Federal realizou com a finalidade de investigar o grupo [criminoso] em órgãos da Prefeitura. Estavam sendo cumpridos sete mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. As matérias que vi falavam de um homem que está na penitenciária, articulando a obtenção de vantagens em órgãos públicos. Esse assunto é delicado de tratar, mas precisa ser tratado, sob pena da gente ser omisso. Esse é um assunto que precisa ser debatido e levado aos órgãos de investigação”, cobrou Marcos Henriques.

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Segundo o parlamentar, o Ministério Público já denuncia os excessos do crime organizado há cinco anos, aproximadamente. “Trata-se de intimidação, atos de violências praticados por integrantes de facções criminosas em residenciais, onde são impostas regras aos moradores, que devem ser cumpridas com rapidez, caso contrário, ocorrem espancamentos e outros atos de violência física, expulsão de pessoas de suas residências, com apropriação do imóvel pelos criminosos. A mistura dessa realidade com a política deve ser evitada”, aconselhou.

O vereador Carlão (PL) revelou que já havia denunciado, há um ano e meio, sobre um traficante que estaria agindo dentro da Prefeitura. “Denunciei nesta tribuna que familiares de criminosos recebiam contracheques da Prefeitura. Criaram vários fatos sem sanar a situação. Na última semana vimos a Polícia Federal fazendo investigação dentro de três secretarias: Secretaria de Saúde, na Empresa de Limpeza Urbana (EMLUR) e na Secretária de Direitos Humanos e Cidadania (SEDHUC). A Polícia Federal veio para saber o que está acontecendo. Não quero apontar nem acusar, mas quero uma investigação até os últimos limites”, asseverou.

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Carlão ainda destacou que, de acordo com a Polícia Federal, um integrante de uma facção criminosa, que tem posição de liderança na organização, articulou a obtenção de cargos em órgãos públicos em troca de conceder apoio à entrada de agentes municipais em comunidades controladas ou que sofrem influência do crime organizado.

O vereador Coronel Sobreira (Novo) reforçou: “Ninguém está acusando ninguém, mas, que há indícios há. Até porque a Polícia Federal não iria deflagrar uma operação como esta do nada, provavelmente tem informações de que algo está acontecendo”.

Coronel Sobreira ainda relatou que, conversando com pessoas de uma comunidade sobre o trabalho político e eleitoral, ouviu que naquela localidade só entrava quem o crime organizado definia. “Nós estamos caminhando a passos largos para a perda total do estado democrático de direito. Nossas autoridades não estão conseguindo cumprir o que determina a lei por conta desse ‘estado paralelo’. Isso é muito preocupante. Não quero emitir juízo de valor, mas João Pessoa precisa ter esclarecimentos sobre o que está acontecendo”, cobrou.

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Marcos Henriques concluiu dizendo da expectativa de que a denúncia feita pela operação Mandare seja apurada. “Não quero acusar ninguém, mas espero que tudo que seja apurado e que possamos ter a liberdade de adentrar nas comunidades, não só em época de eleição, mas o ano todo. Fica aqui minha preocupação com a democracia e com essa situação que se instalou na nossa cidade”, ressaltou o vereador.

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